CIM Alto Minho prepara candidatura para certificação do território como destino turístico sustentável
Realizou-se no passado dia 29 de julho, no Centro Cultural de Paredes de Coura, a primeira reunião do Fórum Permanente Turismo Sustentável, uma estrutura participativa organizada no âmbito da Carta Europeia de Turismo Sustentável (CETS) do Alto Minho, que está a ser dinamizada pela Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM do Alto Minho) tendo em vista a preparação de uma candidatura do território a um galardão europeu atribuído a áreas protegidas e classificadas que se comprometem a trabalhar em prol do seu desenvolvimento turístico tendo por base princípios de sustentabilidade.
Este reconhecimento europeu é concedido pela Federação Europeia de Parques Nacionais e Naturais – Federação EUROPARC aos espaços protegidos ou classificados que reúnam as condições necessárias para compatibilizar o desenvolvimento turístico e a preservação do património natural e cultural, através da aplicação de critérios da sustentabilidade nas atividades ligadas ao turismo e com a implicação de todos os agentes que operam nestes setores.
A candidatura à Carta Europeia de Turismo Sustentável do Alto Minho integra o território constituído pelos municípios de Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Monção, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira, o qual abrange um conjunto de oito áreas protegidas e classificadas, são elas: a Paisagem Protegida do Corno do Bico, a Paisagem Protegida Lagoas de Bertiandos e São Pedro d’Arcos, os Sítio da Rede Natura 2000 do Litoral Norte, dos Rios Lima e Minho, da Serra de Arga e do Corno do Bico, e a Zona de Proteção Especial da Rede Natura 2000 Estuários dos Rios Minho e Coura. Os municípios de Arcos de Valdevez, Melgaço e Ponte da Barca já possuem o galardão CETS através da candidatura do Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), galardoado em 2002 e atualmente em processo de renovação.
A implementação da metodologia CETS do Alto Minho pretende ser um processo participativo que reúna a colaboração, acordo e acompanhamento contínuo da população local, empresários e entidades do território com interesse no setor do turismo. Deste modo, foi constituído um Fórum Permanente de Turismo Sustentável, aberto a todas as entidades e agentes locais interessados (públicos e privados) no processo de elaboração da CETS do Alto Minho. Este Fórum tem entre os seus objetivos discutir e validar as opções do território apresentadas pela Equipa Técnica de Projeto (ETP), nas diferentes fases do processo de elaboração do dossier de candidatura e, posteriormente, na sua implementação.
A primeira reunião do Fórum CETS Alto Minho contou com a participação de cerca de 50 entidades públicas e privadas ligadas direta e indiretamente ao setor do turismo (alojamento, animação turística e ambiental, restauração, cooperativas, associações de desenvolvimento local, municípios, etc.), que assistiram a uma apresentação do projeto e à caraterização turística do território, organizando-se posteriormente em quatro grupos temáticos (alojamento; restauração e pontos de venda; animação turística; institucionais), onde analisaram, debateram e consensualizaram a sua visão sobre os principais problemas e potencialidades do território do ponto de vista da atividade turística. “Podemos ter praias fluviais, zonas balneares ou locais tradicionais de banho, mas se quisermos apostar numa oferta desta natureza, temos de saber o que temos e o que precisamos de fazer para que seja uma oferta real, de qualidade e sustentável. O mesmo poderá dizer-se da rede de percursos pedestres do Alto Minho e de todo o conjunto de valores e património que nos vão ajudar a construir esta estratégia”, referiu o coordenador do projeto.
O desafio passa por apresentar, em fevereiro de 2015, em parceria com os agentes económicos e institucionais locais, uma estratégia e respetivo plano de ação a cinco anos para o desenvolvimento turístico e valorização do território do Alto Minho, com base em princípios de sustentabilidade ambiental, económica e social, passando a integrar a mais antiga, maior e mais diversificada rede de destinos de turismo de natureza a trabalhar em prol do seu desenvolvimento de forma sustentável.
A imagem do território como um único destino turístico, a inserção numa rede europeia de destinos de excelência, uma melhor organização da oferta turística, o reconhecimento da importância da população local e dos empresários no processo de planeamento e desenvolvimento da atividade turística, uma maior satisfação dos visitantes e um maior retorno na economia local da atividade turística, a promoção da preservação dos valores naturais e culturais do território e o acesso a programas específicos de cofinanciamento, são apenas algumas das vantagens desta candidatura à CETS.
O processo de elaboração da CETS do Alto Minho pode ser acompanhado através do website www.cets.altominho.pt, onde pode descarregar os documentos produzidos, e da página do facebook Alto Minho Greenways, onde pode deixar o seu comentário e sugestões.
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A CETS é um galardão outorgado pela Federação Europeia de Parques Nacionais e Naturais – Federação EUROPARC aos espaços protegidos ou classificados, que se comprometem a desenvolver um turismo de qualidade, que compatibilize e integre os aspetos naturais, culturais e sociais com o desenvolvimento económico local. Até à data e desde 2001, este galardão foi atribuído a 119 territórios dispersos por 13 países europeus (Alemanha, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Inglaterra, Itália, Letónia, Lituânia, Noruega e Portugal). (mais informação emwww.european-charter.org e em www.europarc.org)
Portugal tem acreditadas seis áreas protegidas e classificadas, nomeadamente o Parque Nacional da Peneda-Gerês; o Parque Natural do Douro Internacional; o Parque Natural de Montesinho; o Parque Natural do Alvão; as Montanhas Mágicas e as Terras do Priolo na ilha de São Miguel (Açores).